18 de fev. de 2010

Servente é usado como laranja

Servente de pedreiro é usado como laranja e deve mais de R$ 1 milhão à Receita Federal

A vida do servente de pedreiro, Janis Queiros da Silva, de 25 anos, se tornou num verdadeiro inferno financeiro, jurídico, fiscal e policial. Ele conta que no ano de 2005, teve seus documentos usados sem o seu conhecimento, para comprar e vender empresas, contrair empréstimos bancários e fazer negócios espúrios. Ontem ele procurou a reportagem de ac24horas pedindo que fosse denunciado o empresário identificado como sendo Paulo Adroaldo Kipper Júnior, que teria vendido a Empresa Multi Serviços Comércio e Representações, com endereço no Calafate a  ele no valor de R$ 220.000,00 e outras duas empresas, sendo a Madeireira Santa Cruz, localizada no Distrito Industrial de Rio Branco e a empresa Construções Comércio LTDA que Janis garante sequer sabe dizer onde é situada.

 Segundo Janis, que já percorreu por todas as instancias da justiça na tentativa de provar que não possui tais patrimônios, hoje ele deve só para Receita Federal algo em torno de R$ 1.000.000.00, dinheiro que diz nunca pensou em ter.

Em uma pesquisa feita pela reportagem de ac24horas, descobrimos que a Madeireira Santa Cruz, em 2005 já foi alvo de investigação pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre - IMAC, por exploração ilegal de madeiras e “esquentamento” de madeiras oriundas do estado de Rondônia, tendo seu alvará de funcionamentocassado à época com outras 12 empresas do ramo madeireiro no Acre.

Janis Queiros não contraiu somente as dívidas deixadas por essas empresas que ele supostamente comprou. A todo instante, conta ele, oficiais de justiça batem a sua porta para intimá-lo a comparecer na justiça para pagar dívidas trabalhistas “herdadas” ao adquirir os imóveis. O pior de tudo é que seus bens [uma geladeira que esta com a tampa sem fechar, um fogão velho e três camas] não servem como penhora.
Conta que “minha vida hoje se resume a nada. Esse tal de Kipper acabou com minha vida. Eu sempre fui pobre mas muito honesto. Eu jamais tive empresas, e muito menos funcionários trabalhando para mim. Eu fui uma vítima e queria que alguém, pelo amor de Deus, olhasse para o meu problema”, diz desesperado mostrando as inúmeras cobranças que chegam em seu nome.
Janis conta ainda que depois que seu nome foi usado indevidamente, ele não consegue mais emprego em lugar algum. Afirma ainda que  já passou humilhações por diversas vezes, e que até um juiz teria feito pouco caso quando buscou denunciar o assunto. “Na minha cara o juiz olhou sorrindo e disse: “você veio do bairro Laranjal no município de Xapurí, mora na rua da Laranja no Mocinha Magalhães e hoje esta sendo usado como laranja! Não é engraçado? No final o caso continuou como está: sem solução.

Outras humilhações que passou, foi ao tentar se cadastrar no programa Bolsa família do Governo Federal. Ele a esposa e seus três filhos menores, enfrentaram uma fila quilométrica para fazer um simples cadastro e “quando a funcionária de assistência social fez uma consulta em meu CPF no computador, perguntou se minha esposa não tinha vergonha na cara. Que ela sendo mulher de um grande empresário ainda queria fazer parte do Bolsa Família. Eu achei aquilo o fim do mundo e não conseguimos nos cadastrar. Hoje eu sobrevivo porque meus amigos me dão ajuda e faço bicos de servente de pedreiro para colocar comida na boca de meus filhos e da minha esposa”, disse.


Nota da Redação
A nossa reportagem tentou localizar o empresário Paulo Kipper não foi encontrado para ser ouvido sobre as denúncias. Fomos ainda na Madeireira Santa Cruz no Distrito Industrial, acompanhado de Janis, mas ao chegar no local os portões estavam fechados e uma placa de “vende-se”. Fizemos ainda contato pelos telefones indicados na placa, mas uma senhora por nome Fátima disse ser a proprietária e que havia de fato comprado a empresa de Paulo Kipper ainda em 2005 e que o valor da venda do imóvel hoje, era estimado em torno de R$ 1.200.000,00 e disse ainda que não sabia quem era Janis Queiros da Silva.
Galeria de Imagens

Salomão Matos – Especial para ac24horas
Rio Branco, Acre

17 de fev. de 2010

Quanto menos melhor

O Acre vai permanecer com 24 deputados estaduais e 08 deputados federais mesmo com a revisão solicitada pelo Estado do Amazonas.

Permanecem inalteradas as representações de São Paulo, Espírito Santo, Alagoas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Sergipe, Rondônia, Tocantins, Acre, Amapá e Roraima.

O texto da minuta e um pedido da Assembleia Legislativa do Amazonas, para que justamente fosse feita a redefinição dos quantitativos de deputados federais, serão discutidos em audiência pública marcada para o dia 24 de fevereiro, a partir das 15h, no auditório do TSE. Nesta audiência, também será discutida a minuta do voto em trânsito para presidente da República nas eleições de outubro.

O Pará é o estado que mais ganha em vagas, sobe de 17 para 20 deputados federais a partir de 2011. Minas Gerais vem em seguida, com aumento de duas cadeiras em sua bancada. Já Amazonas, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Santa Catarina ganham um deputado cada um.

A Constituição determina ainda que se façam os ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhum estado tenha menos de oito ou mais de setenta deputados federais.

Para se adequar a essas exigências constitucionais e atualizar os quantitativos de deputados federais para a próxima legislatura, o TSE tomou como base a estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualizada em 1º de julho de 2009. A última mudança na representação de um estado na Câmara dos Deputados ocorreu em 1994, com o aumento da bancada de São Paulo para 70 parlamentares.
Em ano de eleições gerais, o TSE edita resolução sobre a composição da Câmara dos Deputados para a futura legislatura. Pelo calendário eleitoral, todas as resoluções das Eleições 2010 devem estar aprovadas pelo plenário do Tribunal até 5 de março.

Salomão Matos – Da Redação de AC24horas
Com informações do TSE