5 de jan. de 2011

Dascaso e falta de humanidade na saúde da UPA Tucumã no Acre


Não adiantou em nada até o momento, as medidas emergenciais anunciadas pelo então governador empossado no Acre Tião Viana, sobre melhoria na humanização e celeridade no atendimento médico no estado.

Na tarde desta terça-feira 04, mais de 400 pacientes se comprimem em bancos, cadeiras, em pé e até mesmo deitados pelo chão da Unidade de Pronto Atendimento- UPA do Tucumã no Distrito Industrial de Rio Branco,  esperando para serem atendidos.

Vencidos pela doença e pelo cansaço, muitos pacientes estão desde as 8h da manhã, esperando para serem chamados pelo único médico plantonista, o pediatra Dr. Rubens. Outros, cansados de esperar, desistiram da consulta e foram embora para as suas casas.

“Eu vi a secretária de saúde dizer hoje de manhã em entrevista na TV Acre que desde ontem (03), 45 novos médicos foram contratados pelo governo para atender. Cadê esses médicos pelo amor de Deus”, dasabafou o marceneiro José Alves.

Raimundo Onório, veio com a filha de dois meses, com suspeitas de dengue. Ele afirma que chegou cedo na UPA Tucumã e até as 15h não havia sido atendido pelo médico.

Revoltado, ele afirma que “primeiro você chega aqui e enfrenta uma fila para fazer uma ficha. Depois você entra em outra fila na sala de triagem de risco e só depois entra em uma terceira fila para ser chamado pelo médico. O chato, é que fiquei sabendo que só tem um médico para atender todo mundo. Isso é uma vergonha para o nosso estado”, lamenta.

O vendedor Floriano Malveira, diz que sente os sintomas da dengue, mas ao chegar na UPA, e ao ver as pessoas esperando para serem atendidas pelo médico desde as primeiras horas do dia, resolveu voltar para casa. “Eu prefiro morrer em casa mesmo do que ficar aqui deitado pelo chão frio. Pelo menos em casa eu tenho minha mulher para trazer um copo de água quando eu pedir”, disse se retirando da unidade hospitalar.

Na tentativa de obter uma resposta da direção da UPA Tucumã, sobre o porque do descaso no atendimento com as pessoas que buscam atendimento médico, gentilmente fomos convidados a nos retirar, acompanhados do segurança da unidade em saúde até o portão de saída do hospital.

Salomão Matos

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