9 de mar. de 2010

A saúde de 1º Mundo no Acre.

UPA Tucumã: lamento, dor, revolta e muitos casos sem soluçao

A Unidade de Pronto Atendimento do Tucumã, criada para suprir a demanda de atendimentos do Pronto Socorro de Rio Branco que passa por reformas, tem sido alvo constante de reclamações e denúncias por parte da população que busca atendimento de urgência.

A reportagem visitou a unidade no final da tarde desta terça-feira, 09, e se deparou com um cenário estarrecedor. Pessoas pelas corredores em busca de atendimento médico, chegando a esperar até 10h por uma simples consulta de diagnóstico da dengue.

José Carlos de Lima, 36 anos, diz que chegou na UPA Tucumã às 06h da manhã de hoje e até as 17:23h nenhum profissional de saúde veio atendê-lo. “Eu só queria que o governador viesse aqui que eu iria pegar ele pela camisa e mostrar a saúde de primeiro mundo que ele fala na televisão”, disse revoltado.

Dona Sônia Maria Barbosa Santiago, diz que avisaram para ela que só haviam dois médicos para atender a todos e o jeito era ter de esperar. “Isso é uma vergonha. Um hospital tão bonito desse, mas de que adianta, se não tem médico. Agora eu te pergunto: esperar o que? Só se for pela morte meu filho”, lamentou.

A gerente da unidade UPA Tucumã, Rossana Oliveira, confirmou que nesta terça-feira, somente dois profissionais estava no plantão no período da tarde. Ela disse também, que “por semana são 15 médicos plantonistas atendendo aqui na UPA, [uma média de três médicos por dia], mas a demanda é muito grande. Nós chegamos atender aqui em tornos de umas 300 pessoas por dia. Estamos fazendo o possível”, disse.

Perguntado pela reportagem porque os atendimentos demoram tanto, a gerente disse que todo mundo é atendido em pouco tempo se procurar a unidade, fato que foi desmentido pelo senhor Francinê Belo dos Santos. Acompanhado do filho, ele disse que desde a última sexta-feira, 05, tenta ser atendido por um médico. “Eu estou nessa cadeira de rodas faz cinco dias e sem saber o que tenho até agora porque não tem médico nem pra olhar os meus exames”, denunciou.

Pelos corredores as reclamações não páram. A técnica em enfermagem Glória Galvão, decidiu contar a nossa reportagem que o descaso na UPA Tucumã é geral. Ela disse que ficou 15 dias em casa de atestado médico sob stress profundo, ao ver diariamente as pessoas sofrendo em filas ou nos corredores em busca de atendimento médico e não ser atendido. “Esse nosso governo deveria deixar de investir mais em mídia e festas populares e aplicar mais recursos na área de saúde e contratação de mais médicos. Nós que trabalhamos aqui sofremos na pele essa falta de administração também. As pessoas olham pra gente e pensam que a culpa é nossa. Eu digo pra eles: pelo amor de deus, eu sou somente uma mera funcionária e não contrato médico para atender vocês”, desabafou a técnica em enfermagem.

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