Aliados querem a cabeça do deputado Tchê
Com o fracasso da CPI da Pedofilia da Aleac, o deputado estadual Luiz Tchê (PDT) vem sentindo na pele, e, por isso pode não disputar a reeleição. A rejeição entre os partidários do seu grupo político é grande para que ele não tente novamente a disputa eleitoral para uma vaga na Assembléia Legislativa do Acre (ALEAC).
Tchê, que era da oposição, criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar crimes e abusos sexuais contra crianças em todo estado, mas o projeto ambicioso para se projetar politicamente não deu certo, tendo em vista, que não teve apoio de instituições como o Tribunal de Justiça, Policia Federal e Ministério Público Federal. Ambos os órgãos públicos nem se manifestaram oficialmente sobre o tema.
O TJ Acre chegou a negar reabertura de processos de pedofilia arquivados. O máximo que a CPI conseguiu foi aprovação de uma Vara Criminal para investigar crimes contra a infância. Nenhum processo judicial foi aberto para apurar as redes de pedofilia, ninguém foi preso, ou, sentenciado.
O deputado migrou para a coligação Frente Popular passando a fazer parte da base de sustentação do governo na Aleac depois que instalou a CPI, mas não obteve o apoio esperado dos deputados da base de apoio ao governo. Francisco Pianko, assessor especial dos Povos Indígenas do Governo Binho Marques (PT), que era acusado de crimes sexuais contra índias menores de idade nas aldeias, não compareceu para depor na CPI até hoje. A Comissão foi criada justamente para investigar Pianko, mas o assunto morreu na gaveta do gabinete do terceiro andar onde Tchê tem assento.
Lideranças do PDT estão tentando há vários dias fazer com que Tchê desista da sua reeleição. Pelo histórico tumultuado do seu último mandato com saídas e entradas partidárias e com os resultados negativos da CPI da Pedofilia, o deputado já teria se antecipado e dito nos bastidores que estaria descontente com a vida pública.
"Meu mandato me credencia disputar a reeleição, mas no momento, as coisas circulam de uma forma que não me agradam. Não sei ainda se vou para a disputa interna na convenção e posso até deixar a política”, disse Luiz Tchê para o jornal O Rio Branco.
Para alguns o nome de Tchê pode ser uma grande baixa na Frente Popular, para outros pode não fazer tanta diferença. Mas mexendo nesta carta altera o cenário da composição da chapa partidária e também a legenda da FPA. O fato é que Tché não teria conseguido firmar seus compromissos com os governistas.
A promessa é de que até esta quinta-feira, 10, [data da convenção dos partidos da FPA] as especulações tenham um desfecho. Até porque mesmo que Tchê não consiga se reeleger a FPA não deve querer largar mão do eleitorado do deputado, em sua legenda.
Francisco Costa - Jornalista
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