25 de jun. de 2011

No melhor lugar para se viver, Acre ainda é o mais pobre

Vice-presidente de Instituto afirma que números da miséria estão muito além do resto do País

Números do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) mostram que no Acre, as famílias mais pobres nas áreas urbanas têm renda ainda inferior aos pobres de outros estados do País.

“A diferença em desfavor do Acre se aprofunda ainda mais quando analisamos os números da zona rural. Estamos falando de miséria absoluta”, afirmou o vice-presidente do IPEA, Jorge Abrahão de Castro, no 11º Fórum Internacional em Saúde e 3º Fórum de Saúde Coletiva do Acre.

Ainda de acordo com Castro, “a pobreza da zona rural do Acre é um dos fatores de manutenção da pobreza na zona urbana”.

O evento, realizado na Universidade Federal do Acre (Ufac), teve como tema “A inclusão social e a saúde na Amazônia Ocidental”, além de debater os indicadores sociais, a educação e a inclusão social.

A iniciativa é do Mestrado em Saúde Coletiva da Ufac e tem como objetivo ampliar o conhecimento dos mestrandos com o objetivo de auxiliar o Governo do Estado na erradicação dos problemas da área.

No segundo debate do dia, assunto diferente, mas polêmica parecida. O presidente nacional das Associação dos Pais e  Amigos dos  Excepcionais (Apaes), Eduardo Luiz Barros Barbosa, que também é médico, alertou para “os riscos das políticas mal conduzidas e associadas a superficialidade dos estudos”.

Ele fez uma referência clara sobre o programa de inclusão dos especiais nas Rede Pública de ensino: “Não adianta colocar as pessoas com deficiência intelectual nas escolas públicas sem um arcabouço que garanta o desenvolvimento deles”.

“Temos que questionar se a educação que estamos fornecendo servirá para a independência dessas pessoas ou se estamos apenas contribuindo para favorecer a estatística dos governos”, pontuou.

“O politicamente correto transformou um programa que poderia ser excelente, numa discussão rasa”, salienta Barbosa, que solicitou uma análise mais técnica e aprofundada do problema, alertando que as necessidades têm níveis diferenciados e, portanto sucessos variados ou fracassos, dependendo do caso.

“Alguns podem ter avanços na rede pública de ensino, outros necessitam das escolas especiais, e, outros ainda, infelizmente o maior número, aparece nas estatísticas dos governos, mas permanecem invisíveis para a sociedade”.

Para o coordenador do Fórum, professor doutor Creso Machado Lopes, é de fundamental importância encarar os problemas de frente: “nós temos que buscar soluções urgentes para esses problemas. A pobreza nos níveis que nos foram apresentados não pode aguardar por soluções a médio e longo prazo”, declarou.
 
Escrito por Angélica Paiva

Um comentário:

  1. Parabéns pela matéria, eu me sinto mal as vezes por não enxergar a pobreza do Acre, há uma propaganda maciça que nos impede. Mas um dia tive que ir a um hospital público e vi o quão mal está o nosso estado.

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