2 de set. de 2009

MEDO

Violência... a simbiótica inércia letárgica do sistema

Nem mesmo no Aurélio "pai dos burros" a violência pode ser traduzida com exatidão e a inexplicável falta de segurança que tal indivíduo violentado sofre quando submetida a ela. É um misto sentimento de impotência e raiva, que a cada dia se evidencia com maior grau no estado do Acre.Antes no estado , tínhamos o crime organizado . Hoje qualquer pé de chinelo vendo a insuportável falta de estrutura e a desorganização total das polícias se acha no direito de perturbar a vida pacata do cidadão comum , pais e mães de família.

Não falo aqui apenas de pontos causais de violência. Ela está por toda parte ; na igreja , na rua, no trabalho , na escola ou até mesmo quando se esta dormindo em casa, depois de uma longo dia de trabalho e é surpreendido no meio da noite sob a mira de um ferro frio , de forma cilíndrica e na outra extremidade alguém que segura o objeto dizendo _ Passa grana ! Sua vida ou a de seus filhos já era!!!

Em meio a tanta desordem que a mídia oficial teima maquear , estratégias que nunca saem do papel, e de que a culpa está no consumo excessivo de álcool como a tal lei seca publicada em diário oficial sem o efeito prático de fiscalização, de nada adianta.

"Se por baixo não tem jeito, vamos atacar a violência por cima" dizem eles com a aquisição de um helicóptero que Deus ajude estar errado , servirá para o transporte de políticos e apadrinhados para as suas bases eleitorais no interior do estado ou na pior das hipóteses, a baixo custo , sendo que aluguel de Iate custa caro, utilizado para expedições pelas bacias dos nossos rios até o Amazonas.

A diferença será que não vai dar pra fazer churrasco, dançar forró e nem dar cangapé em rio.Brincadeiras e mentiras sinceras à parte, o certo é que a população quer uma resposta rápida e eficiente dos setores da segurança no Acre .

Hoje em dia , escrivão no Acre sequer sabe mais usar uma caneta ou bloco de papel para anotar uma ocorrência. Se o sistema está fora do ar , o bandido é quem diz amém , enquanto o cidadão que sofreu a violência, a cada dia sente-se mais humilhado e inseguro , sem saber o que fazer ou a quem recorrer volta para casa esperar novamente mais uma vez pela visita inóspita de seu algoz.

Não é preciso ser nenhum sociólogo para saber que essa crescente, advém de promessas políticas vazias e apenas eleitoreiras jamais cumpridas. A doze anos atrás por exemplo, fora prometido gerar quarenta mil empregos em quatro anos o que não foi feito até hoje. A constatação pode ser observada nos números da própria Delegacia Regional do Trabalho no Acre que não diferem muito das filas de pedido de seguro desemprego junto a Caixa Econômica Federal.

No meu estado, a violência até já pode ser chamada de Samba do Crioulo Doido onde ha três categorias no meio do salão; O primeiro formado de cidadãos comuns tentando fugir da moça feia -bandido- para não dançar literalmente. O segundo pelo turbilhão de desocupados de armas - pandeiro na mão- tocando a música "eu quero comer eu quero fumar" e o terceiro formado pela polícia e o estado que não sabem que ritmo estão ouvindo e ainda por cima pisoteando nos pés uns dos outros num descompasso vergonhoso e ao mesmo tempo aterrorizante para quem assiste a tudo isso e sem poder fazer nada.

Salomão Matos

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