Em Xapuri no Acre
Conhecer a realidade de quem caminha 12 quilômetros, por dia, para frequentar as aulas do curso de Biotecnologia, no horário vespertino do Campus de Xapuri da Instituto Federal do Acre (IFAC/Campus Xapuri), este foi o objetivo da visita da comitiva de gestores do IFAC no último dia 10 de dezembro às residências das alunas Carolayny Lima Rocha, Mares Meira Rodrigues Ferreira e Railane Silva de Azevedo, localizadas no Ramal da Piçarreira, em Xapuri.
As três alunas moram no Ramal da Piçarreira, localizado a 50 km (totalizando 100km, ida e volta) antes da entrada da estrada que dá acesso a Xapuri, e se deslocam, muitas vezes, sem alimentação e com os riscos da floresta (relatam ter encontrado onça e cobra pelo caminho). Elas recebem o apoio de transporte da instituição da estrada de acesso a Xapuri até a sede da unidade. “Este apoio é o mínimo que podemos oferecer para quem tem interesse em estudar. Só para se ter ideia de tempo, as alunas saem de casa por volta das 9 horas da manhã e retornam à noite, por volta das 10 horas”, disse o diretor do IFAC/Campus Xapuri, Sérgio Flórido.
A comitiva, composta pelo o reitor Pro Tempore do IFAC, professor Breno Silveira, de pró-reitores e outros membros da gestão, percorreu, a pé, alguns deles descalços, o trajeto feito pelas alunas, caminhando aproximadamente três horas, enfrentando lama e piçarra. “O caminho é difícil, principalmente no dia da visita, por havia chovido muito pela manhã. Enfrentamos lama e o barro escorregadio, mas fomos ouvir os pais das alunas para saber de que forma a instituição pode colaborar e incentivá-las a continuar os estudos”, disse o reitor Breno Silveira, após a visita.
Apesar das brincadeiras dos colegas, que as chamam de “colonheiras” ou “seringueiras”, por não morarem na sede do município, elas se mantêm comprometidas com o estudo. "Mesmo, assim, elas não desistem e a visita que nossos gestores estão realizando hoje, serve de estímulo para mostrar que é importante que continuem os estudos", afirmou Sérgio Flórido.
Segundo Raimundo Barroso de Azevedo, pai da aluna Railane, as brincadeiras até podem prejudicar o desempenho da filha, mas tem conversado para que ela não desista. “Além de percorrer uma longa extensão a pé minha filha ainda sofre com algumas brincadeiras, mas tenho conversado com a Railane para que não desista de estudar. O apoio do transporte que o IFAC oferece é muito bom e tem contribuído para que a minha filha continue estudando”.
A visita sensibilizou os gestores que se comprometeram em melhorar cada vez mais as atividades institucionais. “Ficamos felizes em colaborar com a mudança na vida de pessoas como as alunas que visitamos e fortalecer o papel do IFAC, de levar educação federal, gratuita, ocasionando mudanças na estrutura social”, disse Breno Silveira.
As informações são do IFAC
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