STF
decide pela cassação imediata de parlamentares condenados
Por cinco
votos a quatro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela suspensão dos
direitos políticos de todos os réus e, por conseqüência, pela perda imediata
dos mandatos dos deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry
(PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP). Liberado pelos médicos para voltar ao
trabalho nesta segunda-feira, o ministro do STF Celso de Mello, que ficou
internado por dois dias para tratar uma gripe, acompanhou o voto do relator do
processo e presidente do STF, Joaquim Barbosa.
_ Não se
pode vislumbrar o exercício do mandato parlamentar por aquele cujos direitos
políticos estejam suspensos. Não faria sentido que alguém privado da cidadania
pudesse exercer o mandato parlamentar — afirmou o ministro.
A decisão
pode colocar em xeque as relações enrtre os poderes Legislativo e Judiciário.
Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, disse que
o país pode ter uma crise institucional caso o Supremo decida cassar os três
deputados condenados Maia chegou a afirmar ainda que “pode não cumprir” a
medida tomada pelo STF.
Antes de
iniciar a leitura, Celso de Mello justificou que já tinha o voto pronto há uma
semana:
— Eu
queria registrar o fato de que já estava pronto para votar na segunda passada,
mas, devido ao adiantado da hora, não tive possibilidade de proferir meu voto,
que trago agora nesta etapa do julgamento.
O decano
do STF começou seu voto reforçando a competência “originária” do Supremo para
executar suas sentenças quando não há mais possibilidade de recursos. Além
disso, destacou que não há jurisprudência no tribunal para decisão de tal
importância:
— Esse
tipo de julgamento, examinado na perspectiva dos membros do Congresso Nacional,
não foi inteiramente apreciado pela jurisprudência do STF com a profundidade
com que está se debatendo agora. O tribunal não firmou diretriz sobre esse
verdadeiro litígio consituticional que se instaurou nesta fase da presente
causa penal.
Com o
recesso do STF programado para começar na quinta-feira, restam apenas duas
sessões em 2012: uma nesta segunda, e outra na quarta. Celso de Mello não
participou das sessões de quarta e quinta-feira da semana passada, porque uma
infecção das vias aéreas.
Apesar de
a saúde de Celso de Mello não mais impedir a retomada do julgamento, outro
fator pode atrasar sua conclusão: a viagem do ministro Gilmar Mendes a Veneza,
na Itália, onde participa de uma reunião como representante do STF. Assim, ele
não vai participar das duas últimas sessões do ano. Além da discussão do
mandato parlamentar, o STF precisa discutir a proposta de Lewandowski para
reajustar as multas aplicadas aos réus condenados. Se a votação terminar em
empate, é possível que a questão seja definida apenas em fevereiro, com a
retomada dos trabalhos da Corte, para colher o voto de Gilmar.
As
informações são de OGlobo
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