3 de mai. de 2011

Juiz Leandro Portela

“Fechamos um livro chamado Esquadrão da morte”

“A sociedade acreana está de parabéns pelo trabalho feito aqui pelos jurados. Estou neste processo desde 2003 e acredito que hoje não viramos apenas uma página, mas fechamos um livro chamado Esquadrão da Morte”, declarou o promotor Leandro Portela, em entrevista à imprensa local, após o julgamento realizado nesta segunda-feira (2) que durou quase quinze horas.
O juiz Leandro Leri Gross, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco, anunciou a sentença dos acusados de participação no seqüestro e cárcere privado de Clerisnar dos Santos Alves e de seus dois filhos, em 1996. A mulher era esposa de José Hugo, acusado do assassinato de Itamar Pascoal, irmão do ex-deputado, morto em um posto de gasolina durante uma discussão.
Considerado o chefe do crime organizado no Acre, Hildebrando teria liderado a execução do plano de seqüestro das vítimas, que foram mantidas em cárcere privado numa fazenda, localizada a 60 km de Sena Madureira. Segundo o inquérito do Ministério Público Estadual, as vítimas foram encapuzadas, amarradas e colocadas no porta-malas de um carro. Na propriedade rural, antes de serem transferidas para casa do ex-coronel da PM, ficaram trancadas dentro de um banheiro, onde foram torturadas para dizer o paradeiro de José Hugo, que estava foragido desde o assassinato de Itamar. Dois dias depois, Clerisnar e os filhos foram transferidos para São Paulo, escoltados por “Corinha”, um dos homens de confiança do então deputado.
Hildebrando Pascoal foi condenado a onze anos e seis meses. O sargento Alex e Manoel Maria, o “Corinha”, pegaram dez anos. Ney Bandeira Roque, também envolvido no caso, foi condenado a oito anos e seis meses, e o caseiro da fazenda Marco Antônio César foi sentenciado a três anos de reclusão. Apenas o coronel Aureliano Pascoal, primo de Hildebrando, foi absolvido.
Para o MPE, o Acre encerrou uma página do chamado “esquadrão da morte”, tese que prevaleceu nas acusações feitas pelos promotores Leandro Portela e Rodrigo Curti, que durante o julgamento fizeram um extenso relato de todos os crimes cometidos Hildebrando ou ordenados por ele.

Da Agência de Notícias - MP/AC

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