Soldados da borracha dizem que foram usados como moeda eleitoral
Cansados de esperar pela equiparação de suas pensões aos vencimentos dos pracinhas da Segunda Guerra Mundial, os soldados da borracha resolveram protestar contra os políticos que usaram a causa durante suas campanhas políticas.
Reunidos na manhã desta sexta-feira, 18, na sede da associação dos aposentados, um grupo de soldados da borracha e viúvas dos ex-combatentes da selva Amazônica, revelaram toda revolta da categoria com os políticos, que de acordo com eles, usaram a causa como moeda eleitoral.
No Acre, segundo afirmações dos pensionistas, a causa foi explorada ao extremo, com várias reuniões com a deputada federal Perpétua Almeida (PC do B), que obteve o apoio de todos os soldados da borracha e suas famílias, em suas duas eleições para a Câmara Federal, sempre com a promessa da conquista do benefício para os últimos sobreviventes.
Uma das pessoas que demonstrava mais revolta com a atuação da deputada comunista era Dona Edinair Amorim, 79, viúva de soldado da borracha. Segundo ela, em uma das reuniões chegou a presenciar nos bastidores, a parlamentar dizer a seguinte frase: “não sei pra quê estes velhos querem mais de um salário mínimo, já passaram da idade de usufruir de dinheiro”.
“Somos velhos, isso admito, mas o que me revolta é a forma como formos usados para atrair votos para esta deputada”, destaca a viúva Edinair.
Segundo o grupo de pensionistas, eles teriam sido usados e abandonas pela deputada Perpétua Almeida, da mesma forma que foram usados pelo Governo Federal, quando foram trazidos para região Amazônica, sendo entregue a própria sorte.
“Precisamos de dinheiro, sim. Como vamos comprar nossos medicamentos? Envelhecer custa caro, principalmente, porque depois de velhos, geralmente somos abandonados até mesmo pelo poder público”, protesta Oscar Farias, 89.
Os soldados da borracha se dizem cansados de serem usados e manobrados, sempre que os políticos necessitam de visibilidade. De acordo com eles, todas as vezes que se aproxima uma data cívica, recebem a vista dos parlamentares, que afagam, se comprometem, prometem, mas somem sem dar qualquer notícia.
Outro motivo da revolta dos pensionistas, seria o décimo terceiro prometido pela deputada Pépétua Almeida e pela senadora Vanessa Grazziotin, mas no final o projeto foi vetado pela presidência da república, que alegou falta de recursos. Logo em seguida aprovou o aumento de 65% para os parlamentares.
Mobilizados, os ex-combatentes dos seringais, prometem se mobilizar e realizar uma série de protestos, contra o descaso das autoridades, que todos os anos colocam o projeto de equiparação em pauta, para em seguida esquecê-lo, dentro das gavetas do Congresso Nacional.
A reportagem tentou contato com a deputada através de sua assessoria mas não conseguiu sucesso. A jornalista Angélica Paiva ficou de retornar a ligação, mas até a publicação desta reportagem não tinha mando um posicionamento de Perpétua Almeida.
Fonte: ac24horas
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